I Won’t Go Back to My Family Who Abandoned Me

 Capítulo 1. Fui Abandonada Pela Minha Família


Letícia Leroy era comum. Seu rosto não era bonito nem feio, sua altura não era alta nem baixa, nada que ela pudesse ou não fizesse particularmente bem, ela era apenas simpática… Porém, Letícia era a “garota levada” e “menina dos olhos” do Família do Marquês Leroy. E se isso não bastasse, ela era objeto de comparação com seus irmãos onde quer que fosse. Infelizmente, era muito comum. Ela não era tão bonita quanto sua segunda irmã Diana, nem tão inteligente quanto seu terceiro irmão Emil, e não tão boa com a espada quanto seu quarto irmão Xavier, e ela não era tão talentosa para a magia quanto sua irmã mais nova, Irene. 

Mas Letícia nunca sentiu ciúme ou inveja dos irmãos. Na verdade, ela estava orgulhosa deles. E, no entanto, ela nunca soube que sua família tinha vergonha dela. Isto foi, até o momento em que sua família a abandonou.

~x~

“Foi assim que eu disse para você conhecer pessoas.”

Os ombros de Letícia caíram com o olhar penetrante e a voz fria. Incapaz de olhar para ele direito, ela abaixou a cabeça, ele gritou ainda mais asperamente.

“Eu disse para você ficar longe do duque de Achiles!”

“Mas ele é muito legal...”

“Olha como sua irmã se machucou quando você saiu com o duque de Aquiles!”

Letícia levantou a cabeça surpresa com as palavras do Marquês Leroy. 

“Diana, o que há de errado…?”

Havia uma bandagem no pulso de Diana que não estava lá ontem. Antes que Letícia pudesse se aproximar de Diana preocupada, o Marquês Leroy ficou na frente dela. Era como se ele estivesse tentando proteger Diana de algo desfavorável.

“Você está tentando nos trazer infortúnio ao se envolver com aquela família malfadada?”

"O infortúnio é contagioso."

Portanto, fique longe dos azarados e infelizes. Isso foi o que o Marquês Leroy sempre disse a Letícia. Ela teve que ter mais cuidado porque não teve sorte. Mas ela não sabia por que essas palavras lhe vieram à mente agora.

Foi então.

“Letícia Leroy.”

Letícia enrijeceu ao som da voz chamando seu nome. 

Foi apenas o nome dela. Mas por que seu coração batia tão rápido e ela se sentia sufocada?

No momento em que ela trocou olhares com o Marquês, pensando que era sua imaginação, Letícia pareceu ter sido jogada para fora do penhasco. Seus lábios tremeram com a premonição um tanto sinistra.

“Você foi expulso da família Leroy.”

Ela sentiu um baque sob seus pés junto com o som de algo grande caindo em sua cabeça. 

"Pai…"

Ela se sentiu sufocada enquanto falava, mal conseguindo manter a voz firme. Ela esperava que o marquês lhe dissesse que era mentira, mas não havia piedade em seu olhar.

Letícia apertou as mãos trêmulas e voltou-se para a família. Ela desejou de todo o coração que alguém a ajudasse. Mas não havia ninguém. Era como se estivessem esperando esse dia chegar. Foi então que Letícia percebeu que sua família estava sempre em busca de uma oportunidade para se livrar dela. Isso foi apenas uma desculpa para expulsá-la. 

'Minha família está me abandonando.'

No final, as lágrimas que ela segurava escorreram pelo seu rosto.

Na verdade, ela sabia vagamente que esse dia chegaria. Sua família sempre pensou nela como uma encrenqueira, ou algo de que queriam se livrar rapidamente.

Mas quando ela realmente os encarou, não havia nada que pudesse dizer. A família dela era tudo para Letícia. Ela os amava, embora soubesse que eles a desprezavam e a ignoravam. Mas o que voltou foi o desprezo e a frieza. O Marquês Leroy virou-se bruscamente enquanto falava.

“A partir de hoje você não é mais minha filha, e nem pense em dar mais um passo neste lugar.”

Letícia afundou impotente. Logo a marquesa e seus irmãos passaram por ela. Ela chorou incessantemente com a aparência fria deles, sem sequer olhar para trás. Foi assim que Letícia foi abandonada pela família. 

“Sinto-me melhor agora que finalmente nos livramos desta criança azarada.”

A boca do Marquês ergueu-se suavemente enquanto observava Letícia sair da mansão. 

“Diana não vai mais se machucar e só coisas boas vão acontecer agora.”

Agora que Letícia, associada à família malfadada, se foi, só coisas boas aconteceriam no futuro. Porém, no mesmo dia em que Letícia foi exilada, o escudo de bronze com o emblema da família Leroy caiu repentinamente e quebrou. 

~x~

Durante gerações, os três filhos do Império Helios nasceram com habilidades especiais. Primeiro, a Casa de El tinha habilidades relacionadas a estudos e conhecimentos, que agora eram perecíveis; segundo, a Casa de Erebos tinha habilidades em esgrima e artes marciais; e finalmente, a Casa de Leroy tinha habilidades em vários campos. Porém, a filha mais velha, Letícia, ainda não havia despertado nenhuma habilidade, como se fosse uma estranha sem relação com elas.

“Acho que é sua filha.”

O Marquês Leroy olhou para Letícia com uma expressão descontente no rosto. Ao lado dele, sua esposa confortou o Marquês.

“Mas estou feliz que haja outros filhos.”

“Sinto muito, pai, mãe…”

Sempre que diziam isso, Letícia não conseguia olhar nos olhos dos pais, como se tivesse se tornado uma pecadora. Quando ela abaixou a cabeça profundamente, a voz profunda do Marquês desceu acima de sua cabeça. 

“Tem certeza de que não há nenhum? Nem mesmo algo inútil?"

"Desculpe…."

"Você pode parar de pedir desculpas?"

 "Querido, acalme-se."

“É frustrante olhar para as cinzas. Frustrante!”

Letícia não sabia como se tornou inferior aos irmãos. 

“Por favor, seja paciente para amanhã.”

Sua esposa gentilmente colocou os braços em volta dele e ele assentiu com uma expressão mais relaxada no rosto. 

“Minha esposa está certa. O aniversário da nossa segunda filha está chegando, então temos que ser pacientes.”

O marquês Leroy e sua esposa eram os que mais amavam Diana, embora suas habilidades fossem muito mais feias do que as de seus outros filhos. Foi porque assim que Diana nasceu, tudo misteriosamente se encaixou numa época em que eram pobres e passavam por dificuldades que tiveram que rebaixar seus títulos. 

“Vou ver se está tudo pronto para a festa.”

“Eu irei com você”

Quando sua esposa se levantou e o marquês a seguiu naturalmente. Letícia, que ficou sozinha, só conseguiu olhar silenciosamente para as costas deles. 

“Meu aniversário já passou e ainda…” 

Letícia se importava muito com os aniversários de seu irmão e irmã, mas nem um pequeno presente foi dado a ela em seu aniversário. Além disso, eles se esqueciam disso todos os anos e olhavam para ela com pena quando ela lhes contava que era seu aniversário. 

"Quantos anos você já tem para falar sobre seu aniversário?"

A voz de seu pai soou em seus ouvidos dizendo que seu aniversário não era grande coisa. Ao lado dele, a mãe não reclamava, mas não dizia nada, como se sentisse o mesmo que o pai.

"Um desastre…." 

Agora, ela parou de esperar presentes. Ela só queria ouvi-los dizer 'Feliz aniversário'.

No entanto, seus pais e irmãos nunca a parabenizaram. Era como se até isso fosse um luxo. Se sua habilidade tivesse despertado, seus pais não a teriam desaprovado, nem seus irmãos a teriam ignorado. Então isso foi tudo culpa dela. Letícia então soltou um suspiro superficial e estava prestes a voltar para seu quarto quando uma presença apareceu bem diante de seus olhos. Diana ficou lá com uma carranca no rosto.

"Você pode, por favor, sair do caminho?"

"Huh?"

“Você sabe que está bloqueando o caminho?”

Ao ouvir a voz irritada de Diana, Letícia rapidamente se afastou com uma expressão de pânico no rosto. 

"Desculpe. Eu não queria."

Mas Diana nem sequer fingiu ouvi-la. De repente, Diana parou abruptamente e se aproximou de Letícia novamente. Antes que Letícia pudesse perguntar se ela tinha algo a dizer, Diana falou primeiro. 

“Por quanto tempo você vai nos envergonhar?”

"O que?"

“Você sabe como estamos envergonhados por causa da sua incompetência?”

“Diana…”

“Você deveria viver com vergonha.”

A única mancha na prestigiada família Leroy, Leticia Leroy.

Por melhores que fossem os outros filhos, a incompetente Leticia Leroy sempre arrastava a família para baixo.

Os nobres admiravam e invejavam a família Leroy, mas os ridicularizavam pelas costas porque a habilidade de Letícia não despertou. Circularam rumores de que ela era uma criança ilegítima, uma mutante ou uma criança amaldiçoada. 

“Você realmente não tem habilidade?” 

"Eu…."

"Você é patética."

Diana, que olhava para Letícia, afastou-se como se estivesse sem palavras.

Parada por um momento, Letícia voltou para seu quarto. 

“Huu······”

Assim que ela entrou no quarto, ela deu um longo suspiro e deitou-se na cama. Ela só queria adormecer, mas as palavras que ouviu hoje continuavam ressoando em seus ouvidos.

"Tem certeza de que não é capaz de nada, mesmo de algo inútil?"

"Temos que ter certeza de que a festa está perfeitamente preparada."

"Por quanto tempo você vai nos envergonhar?"

Quando ela estava prestes a cobrir os ouvidos, ouviu alguém batendo na porta. 

"Entre."

Assim que ela falou com a voz baixa, a porta se abriu e alguém se aproximou dela.

"Senhorita."

Letícia voltou-se para a voz suave. Lá estava Mary, olhando para ela com pena.

Mary rapidamente trouxe a bandeja de comida para perto da cama, mas Letícia balançou a cabeça. 

“Quero ir para a cama cedo hoje.”

Foi um dia cansativo e deprimente e ela queria esquecê-lo se adormecesse. Quando Letícia se virou de lado novamente, Mary sentou-se suavemente na beira da cama.

"Aconteceu alguma coisa, senhorita?"

Apesar da pergunta preocupante, Letícia manteve-se em silêncio e fechou os olhos com força.

No entanto, a voz que ela estava tentando ignorar ficou profundamente presa em seus ouvidos. 

"Patética."

"Patético."

Letícia enterrou o rosto no travesseiro. Mas isso não a impediu de chorar.

"Mary."

 "Sim senhorita."

“Por que não tenho nenhuma habilidade?”

"Senhorita…."

“Diana, Emil, Xavier… e até minha irmã mais nova, Irene. Por que sou o única que não tem isso?”

Ela sempre se perguntou. Por que ela era a única sem habilidade? Por que, de todas as pessoas, ela era a mais estranha? 

“Diana disse que sou patética.”

“Como ela pôde dizer isso?!”

“Mas eu não pude dizer nada.”

"Senhorita…"

Mary deu um tapinha gentil no ombro de Letícia, mas sua mente profundamente submersa dificilmente se iluminou.

“Eu também sou patética.”

“…”

"Nasci assim não porque quisesse… não poderia escolher nascer com ou sem habilidades…”

Ela estava triste, mas ninguém entendia como ela se sentia. E ela não podia dizer nada porque se sentia culpada por tudo isso.

“Sim, a culpa é minha.”

Letícia mordeu os lábios e se encolheu ainda mais: ‘Se eu tivesse habilidade, nada disso teria acontecido.’

Mary, que a observava por trás, falou com cautela.

"Você pode já ter uma, senhorita. Talvez você simplesmente não consiga ver."

"Você acha?"

“Bem, quero dizer…”

Não lhe ocorreu pensar tão longe, e Mary lançou-lhe um olhar preocupado e se atrapalhou com as palavras. Letícia não pôde deixar de rir ao ver isso.

“Como está seu irmão, Mary?”

“Ah, ele…”

Mary, que parou por um momento, respondeu com uma expressão amarga no rosto.

“Ele não melhora ou piora. Dizem para usar outro remédio, mas é muito caro.…”

Letícia, que ouvia em silêncio as palavras de Maria, foi até a penteadeira. Mary, que percebeu que ela estava pegando as joias mais caras, agarrou o braço de Letícia.

“O Marquês ficará muito zangado se descobrir.”

"Está tudo bem."

"Vou aceitar sua sinceridade, senhorita."

Da última vez, Letícia foi duramente repreendida pelo Marquês por algo semelhante. Então Mary balançou a cabeça com mais firmeza e recusou.

"Está realmente bem, senhorita."

Mary colocou a bugiganga na mão de Letícia de volta no lugar e serviu o chá. Mas os olhos de Letícia ainda estavam na bugiganga.

“Eu gostaria que o dinheiro caísse do céu.”

"Mary." 

“Então vou usá-las imediatamente.”

Letícia sorriu, percebendo que a piada era para mudar de assunto.

“Acho que seria mais rápido pegar o dinheiro na rua.”

"Eu sei. Eu gostaria de pegar algum dinheiro na rua.”

Letícia bebeu todo o chá que Mary serviu e, antes que percebesse, já era noite.

Quando Letícia viu que o céu estava escurecendo, disse a Maria: 

“É melhor você ir antes que fique mais escuro.”

“Mas ainda há tempo.” 

“Estou preocupada com seu irmão.”

Mary tinha que cuidar do irmão doente e estava indo para o trabalho. Ainda não era hora de ela ir embora, mas Letícia queria que ela fosse.

"Obrigado senhorita."

Mary baixou a cabeça e estava prestes a sair quando Letícia a chamou. Quando Mary se virou, seus olhos se encontraram e Letícia sorriu e disse:

“Mary, espero que você encontre dinheiro na rua.”

"Ah, senhorita." 

Mary riu e fechou a porta atrás dela.

~x~

Quando ela terminou todos os preparativos para ir para casa e saiu de casa,

Mary deu um longo suspiro quando saiu da mansão pronta para ir para casa. 

“Minha pobre senhorita…”

Ela nunca tinha visto ninguém tão gentil e atencioso quanto Letícia antes. No entanto, o Marquês Leroy tendia a ignorá-la, e isso era sempre doloroso. 

“Amanhã prepararei uma sobremesa doce.”

Enquanto caminhava para casa, lembrando-se, Mary viu algo brilhando à sua frente. 

"O que é?"

Ela o pegou cuidadosamente com as mãos. 

"Moeda de ouro? Moedas de ouro no meio de uma estrada como esta!”

Mary piscou várias vezes para ter certeza de que não estava olhando para a coisa errada. Ao que tudo indica, era uma moeda de ouro.

Naquele momento, a voz alegre de Letícia passou pelos seus ouvidos.

"Espero que você pegue dinheiro na rua."

“….?”

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