Capítulo 8. A Razão Pela Qual Minha Família Me Evitou
'Eles são pessoas legais.'
Cabelo azul escuro e olhos cinza escuro como o mar noturno.
Quando foi a última vez que ela sentiu um olhar tão caloroso? Era tão doce que ela queria derreter nele.
Letícia sorriu e entrou na mansão. Foi a primeira vez em muito tempo que seus passos não eram pesados, o que a deixou ainda mais à vontade.
Mas assim que ela abriu a porta e viu o Marquês Leroy parado ali esperando por ela, ela ficou tensa.
"Onde você esteve?"
"Oh isso é………."
No momento em que seus olhos se encontraram, Letícia involuntariamente desviou o olhar. Isso deixou o Marquês Leroy ainda mais irritado.
“O que diabos você estava fazendo lá fora?!”
"O que?"
Aos gritos terríveis, Letícia ergueu a cabeça e seus ombros tremeram.
O Marquês Leroy, cheio de raiva, olhou ferozmente para Letícia.
“Tenho certeza que avisei você, não foi?”
"Pai ……. ….”
“Não mexa com aquela malfadada família de Achiles!”
“…”
Letícia ficou em silêncio, reprimindo deliberadamente sua raiva. Mas o Marquês já sabia com quem Letícia estava saindo.
“Último aviso, Letícia Leroy.”
“…”
“…Se eu ouvir mais uma vez que você sai com aquela família novamente, esteja preparado para ser expulsa.”
Quando ele terminou, o Marquês Leroy se virou bufando.
Letícia, que olhava fixamente para o marquês que se afastava, deu um suspiro superficial.
“Ah...”
Eles eram boas pessoas.
Era perturbador que ela não tivesse permissão para sair com pessoas tão doces e amigáveis que ela simplesmente as conhecia.
'É bobagem dizer que o infortúnio é contagioso.'
Letícia pensou enquanto caminhava pelo corredor vazio.
Quando ela estava prestes a entrar em seu quarto com o coração pesado, ela parou de repente, mas já havia alguém na sala.
"O que está acontecendo?"
No momento em que Letícia viu Diana sentada confortavelmente como se fosse seu quarto, ela não pôde deixar de rir. Mas Diana estava despreocupada, bebendo seu chá.
“Não é como se eu não pudesse vir aqui.”
"Você tem algo a dizer?"
"Claro que eu tenho."
Colocando a xícara na mesa com barulho, Diana levantou-se lentamente da cadeira e se aproximou de Letícia.
“Você tem me irritado ultimamente.”
"O que você quer dizer?"
“Não finja que não sabe.”
“Você não quer dizer...”
Havia pensamentos passando por sua cabeça, mas Letícia esperava que fosse algo diferente.
“Você não está falando sobre o Achiles, está?”
"Claro que estou!"
“Diana!”
“O que você vai fazer com pessoas que não têm dinheiro, não têm sorte e não conseguem fazer nada?”
“…”
“Não fale sobre eles assim.”
“Então pare de sair com eles!”
Diana levantou a voz e continuou a gritar novamente.
“Os rumores já se espalharam por todo o lugar. A primeira filha do renomado Marquês Leroy, Leticia Leroy, anda com o famoso Achiles.”
"O que?"
O rosto de Letícia endureceu, mas Diana ainda não terminou de falar.
“Você sabe o quanto a reputação de nossa família foi arruinada só por sua causa?”
"Nós só saímos juntos.”
Diana baixou os olhos suavemente, mas havia um toque de ignorância neles. Mas Letícia não evitou o olhar, olhou direto para ele.
“Não há problema em me ignorar. Mas não diga nada sobre eles.
“Por que eu não deveria?”
“Porque são pessoas melhores do que você que jogam fora o que eu te dei sem permissão.”
Eles foram as únicas pessoas que gostaram dela. Então ela não podia ficar parada e vê-los serem insultados desnecessariamente.
Diana, que estava franzindo a testa de forma desagradável com as palavras de Letícia, caiu na gargalhada.
"Oh aquilo?"
“Já que chegou a esse ponto, vou te perguntar uma coisa.”
Letícia exalou e perguntou a Diana.
"Por que você jogou fora?"
Era algo que ela poderia ter dado a outra pessoa como Xavier, ou devolvido para Letícia. No entanto, ela jogou fora no jardim.
Ela olhou em silêncio e em silêncio, e Diana gentilmente inclinou a cabeça e respondeu com uma expressão como se por que Letícia pediu o óbvio?
“Como posso comer algo que não sei o que você coloca?”
Letícia ficou sem palavras ao ouvir a resposta de Diana como se fosse natural.
"O que você disse…..?"
Ela finalmente conseguiu falar, mas sua voz tremeu ligeiramente. Mas Diana ergueu o queixo e cruzou os braços.
“Tenho certeza de que todo mundo pensa o mesmo que eu.”
"Você…….."
“Por que você está assim? Você realmente não achou que eu iria comê-lo, não é?
Quando Diana viu que Letícia parecia infeliz, ela olhou para ela com uma expressão lamentável.
"Eu sinto muito por você."
“…”
“De qualquer forma, da próxima vez que eu ouvir você sair com a família Achiles novamente, contarei ao pai imediatamente.”
“….”
“...se você não quer ser expulsa, tome cuidado.”
Tendo terminado tudo o que tinha a dizer, Diana passou por Letícia, batendo-lhe deliberadamente de leve no ombro. Letícia, que ficou em estado de choque, afundou na cadeira com força. Ela ouviu a porta se fechar atrás dela, mas ainda não conseguia mover os dedos.
Ela não pôde deixar de rir de pura consternação.
Diana realmente achou que colocaria veneno na torta?
“Ah…”
Uma voz trêmula escapou de seus lábios. Ela não conseguia nem respirar direito, era uma dor sufocante, ela queria desaparecer no ar.
Ela apertou a bainha do vestido enquanto seus olhos esquentavam e suas mãos tremiam. Ela mordeu os lábios com força, mas só conseguiu chorar.
~x~
"Senhorita….."
Alguns dias se passaram desde então e Letícia não saiu da sala nem uma vez. Ela se trancou no quarto.
“Você deveria comer alguma coisa. Você não comeu direito nos últimos dias.”
Mary, que estava ao lado de Letícia, disse com uma expressão preocupada no rosto. Mas Letícia apenas olhava pela janela sem parar.
Ela achava que Diana era tão cruel. Além disso, ela não conseguia acreditar que os outros jogaram fora a torta pelo mesmo motivo que Diana.
Ela sentiu como se tudo em que ela acreditava estivesse despedaçado.
“Você entrará em colapso nesse ritmo.”
“….”
"Senhorita ……"
"Desculpa. Mas não tenho apetite…”
Ela tentou comê-lo uma vez, mas não conseguiu engoli-lo.
Olhando para Letícia, que estava sentada sem forças, Mary abriu lentamente a boca.
“Pensando bem, o exame está chegando.”
“Que exame?”
“É um exame de admissão para os cavaleiros.”
“…….”
Letícia encostou a cabeça na janela e soltou um suspiro superficial.
Levion, que se tornou candidato a cavaleiro imperial, agora tem apenas o vestibular para se tornar oficialmente cavaleiro imperial.
Talvez fosse porque ela estava trancada em seu quarto, ela não sentia a passagem do tempo.
Letícia levantou-se lentamente e abriu a gaveta da penteadeira e tirou uma caixa que ela tanto amava.
"O que é isso, senhorita?"
“É algo que fiz há algum tempo.”
Letícia atendeu com calma e abriu a caixa.
"Uau! Senhorita, é uma pulseira de fio dourado!"
Havia uma superstição de que dar uma pulseira feita de fio de ouro a uma pessoa que se preparava para um trabalho importante traria bons resultados. Então eles eram usados principalmente para vestibulares. No entanto, o fio de ouro era tão caro e precioso que apenas a classe alta poderia possuí-lo.
“Devo dar a ele…?”
Letícia murmurou, olhando para a pulseira de fio dourado.
Ela fez isso há muito tempo, na esperança de que Levion passasse no exame. Mas agora ela hesitou.
"Claro! Ele é seu noivo!"
“…”
“…?”
Ao olhar curioso, Letícia sorriu amargamente e colocou a pulseira na caixa.
Se ela entregasse a ele quando o noivado já tivesse terminado, a história se espalharia por toda parte. Só de pensar nisso a fez se sentir sufocada.
Mary, que estava olhando para Letícia, sugeriu cautelosamente.
“Por que você não vai dar um passeio lá fora, senhorita? Muitas de suas flores favoritas estão desabrochando.”
Letícia assentiu levemente, sabendo que Mary tentava fazê-la se sentir melhor.
Quando ela estava andando pelo corredor, ela avistou um rosto familiar à distância.
“Xavier.”
"Irmã…"
No entanto, a expressão de Xavier parecia estranha. Mas Letícia, que não havia notado, aproximou-se dele com cautela.
“Como está seu treinamento atualmente? É difícil?"
Foi nesse momento que ela deu um passo mais perto.
"Irmã!"
“…?”
Em resposta ao grito alto, Letícia arregalou os olhos e olhou para Xavier. Mas Xavier desviou o olhar e disse:
"Agora estou ocupado."
"Oh sério?"
“Sim, vou sair primeiro.”
Assim que terminou suas palavras, Xavier se afastou rapidamente. Ele se afastou da direção que deveria tomar anteriormente.
“…”
Era óbvio que ele estava evitando Letícia.
~x~
A princípio ela pensou que fosse sua imaginação.
“O chá cheira tão bem hoje.”
Um dia, Mary tinha alguns assuntos a tratar e outra criada preparou chá para Letícia.
Estranhamente, porém, a expressão no rosto daquela criada era sombria. Era como se algo ruim fosse acontecer em breve.
“Anna?”
"Sim?"
"Algo está errado?"
“Não, minha senhorita……. O que há de errado com …………?"
Anna parecia não perceber que tinha uma expressão estranha no rosto.
“Achei que algo tivesse acontecido com você porque você parece tão pálida."
“Não, nada aconteceu…”
Ela parecia não querer mais conversar, então Letícia parou de perguntar.
Mas em um canto de sua mente, ela ainda tinha a sensação de que algo estava errado.
“Eu gostaria de ficar sozinha, você pode me dar um minuto?”
"Sim! Eu vou!"
Como se estivesse esperando por isso, Anna assentiu alegremente e saiu rapidamente da sala. Era óbvio que ela mentiu quando disse que não havia nada de errado.
'Estranho.'
Letícia decidiu deixar o assunto de lado enquanto olhava para o chá que já estava resfriado. E no dia seguinte, Letícia finalmente entendeu porque as pessoas a evitavam.
~x~
“Temo que algo ruim aconteça quando eu estiver com a irmã!”
Um dia, Letícia encontrou sua irmã Irene, quando ela estava passeando em um lindo dia. Assim que viu Irene, ela se aproximou imediatamente.
Porém, ao contrário de Letícia, que estava feliz, Irene se assustou e recuou. Ela parecia ter encontrado um assassino com uma faca.
Antes que Letícia pudesse perguntar o que estava acontecendo, Irene falou e aumentou a distância entre elas.
“Não chegue mais perto!”
"O que é?"
“Como você pode andar assim quando tem essa habilidade?”
"O que você quer dizer?"
“Sua habilidade dá azar.”
“…”
Letícia ficou tão chocada naquele momento que nem conseguiu rir. Ela não sabia onde no mundo tal boato começou. Ela apenas ficou lá como se estivesse congelada, olhando fixamente para Irene.
Mas Irene virou a cabeça, parecendo irritada.
"Pensando bem, irmã sempre teve coisas ruins acontecendo com você."
"O que?"
“De qualquer forma, não incomode as pessoas, apenas fique no seu quarto.”
“…”
Irene falou como se Letícia fosse uma doença contagiosa. Letícia, que ficou tão pasma que começou a rir, mordeu os lábios com força e disse.
“…Eu já disse que tenho pior sorte do que a maioria.”
Letícia disse isso quando conversou com Seios. Ela tinha certeza de que alguém ouviu e espalhou a notícia.
“Mas eu nunca disse que coisas ruins aconteceriam se você estivesse comigo.”
"Tem certeza?"
"O que você quer dizer com isso…?"
Letícia perguntou, esperando que não fosse verdade. Mas, como sempre, suas expectativas eram altas.
“Talvez você tenha causado todas as coisas ruins.”
“Irene!”
“Por que toda essa confusão?”
Letícia não pôde deixar de gritar e foi então que ouviu a voz de Emil atrás dela. Então, Irene rapidamente se escondeu atrás dele.
“Emil…”
Irene começou a soluçar e falou.
“Ouvi dizer que coisas ruins acontecerão quando a irmã estiver perto.”
"…… Isso está certo?"
“Você também ouviu os rumores, não é?”
"Sim, eu ouvi."
A resposta calma de Emil fez o coração de Letícia cair no chão. Ao mesmo tempo, tive uma sensação sinistra de mau pressentimento e engasguei.
Mas Letícia perguntou, acreditando ser diferente.
“Não me diga que até você acredita em rumores falsos?”
"Claro que não…………."
Emil parou de falar por um momento e olhou para Irene, que segurava sua camisa com força. Irene não parecia querer sair de trás de Emil, como se não quisesse enfrentar Letícia.
Emil soltou um suspiro baixo.
“Dito isso, não pressione muito Irene, irmã.”
"Mas………!"
“Irene está com medo.”
Letícia pôde ver as mãos de Irene tremendo enquanto ela agarrava a camisa de Emil.
"Desculpe. Eu não queria assustá-la......"
Letícia deu um passo mais perto para se desculpar. À medida que a distância diminuía, Emil recuou, passando os braços em volta dos ombros de Irene, como se a protegesse do perigo.
Os pés de Letícia pararam com a visão.
“….”
“…”
Um estranho silêncio caiu e ninguém se mexeu.
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