I Won’t Go Back to My Family Who Abandoned Me

 Capítulo 4. Talvez Seja Melhor Terminar


“Diana, como você passou seu tempo hoje?”

Na mesa de jantar. Perguntou o Marquês Leroy, colocando um bife picado na frente de Diana. Diana olhou para Letícia e sorriu amplamente.

“Conversei com o irmão Levion durante o chá.”

Letícia, que comia silenciosamente, fez uma pausa. Mesmo estando na mansão, ela não sabia que Levion havia chegado. Isso significava que Levion veio ver apenas Diana, e não ela.

Fingindo não ver Letícia, que estava congelada e imóvel, o Marquês Leroy continuou perguntando a Diana.

“Jovem Mestre El?”

"Sim. Ele até me deu um presente dizendo que sentia muito por não ter podido ir à minha festa de aniversário.”

A família Leroy e Elle eram próximas desde a infância e se sentiam confortáveis ​​em ligar um para o outro informalmente.

Diana estendeu o pulso, gabando-se de como Levion lhe dera uma pulseira de rubi.

“Não é lindo?”

“Fica bem em você, querido. Você gosta disso?"

"Sim! Já uso esta pulseira há algum tempo.”

Ela até acenou deliberadamente para mostrá-lo a Letícia, como se Letícia já não pudesse ver.

Letícia, porém, apenas comeu tranquilamente. Foi então que Diana perdeu o interesse e se virou com uma cara azeda.

De alguma forma, Letícia sentiu a garganta arder, tomou um gole de água e suspirou.

'Ele veio dar um presente a Diana.'

Ela tentou fingir que estava bem, mas não conseguiu evitar sentimentos confusos por dentro.

A razão pela qual Levion veio para a mansão não foi por causa dela, mas por causa de Diana.

Havia outra coisa que a deixava chateada.

'Você não comemorou meu aniversário. Você disse que é uma piada.'

Eles não ficaram noivos porque se amavam, mas ainda assim passaram algum tempo juntos, então ela achou que havia pelo menos um toque de carinho e interesse mínimo.

Mas agora, quase três anos depois de ficarem noivos, Letícia não tinha tanta certeza.

Enquanto Letícia continuava a mordiscar, o Marquês perguntou a Emil.

“Emil, como está a vida na Academia atualmente? Seus preparativos para o Serviço Civil Imperial estão indo bem?”

“Sim, estou trabalhando duro, então confie em mim.”

Emil, o terceiro filho da família Leroy, foi esperto ao entrar na academia, onde apenas um em cada cem conseguia entrar, e os professores depositavam grandes esperanças nele.

Mais tarde, o Marquês perguntou ao seu quarto filho, Xavier, se ele deveria se tornar membro dos Cavaleiros Imperiais, e lançou à sua quinta filha, Irene, um olhar preocupado, perguntando-se se seria muito difícil para ela estudar na Academia de Magia.

“…”

Observando a cena, Letícia tentou engolir um sorriso amargo.

O Marquês expressou sua preocupação pelos filhos com uma voz gentil, mas não lançou um único olhar a Letícia. Era como se ele não precisasse dela.

Ela sentiu como se estivesse sozinha novamente. Não, foi o momento em que ela percebeu mais uma vez que estava sozinha o tempo todo.

“Sinto muito, mas posso ser dispensada? Estou um pouco cansada."

Letícia perguntou com cautela, afinal ela simplesmente não conseguia enfiar a comida na garganta. O Marquês acenou com a cabeça sem sinceridade e continuou a sussurrar para as outras crianças.

Assim que Letícia saiu do caminho, o Marquês ligou para Diana como se estivesse esperando por esse momento. 

“Diana.”

"Sim, Pai."

“O que você acha do Jovem Mestre El?”

“Irmão Levion?”

Diana não sabia o que o marquês pretendia perguntar e, em vez de responder, inclinou a cabeça. Logo o Marquês disse com um pouco mais de precisão.

“Como parceiro de casamento.”

"O que?"

A família, que comia em silêncio, olhou surpresa para o marquês.

“Vou conversar com o Marquês El sobre o cancelamento do noivado entre Letícia e o Jovem Mestre El e sugerir um noivado com você.” 

Ao ver Diana tocando seus lábios, sem conseguir responder imediatamente, o Marquês perguntou novamente.

 "O que você acha?"

~x~

Já se passaram alguns dias desde então. De alguma forma, hoje foi o único dia em que Letícia se sentiu estranha.

‘O que é esse sentimento desconfortável…’

Ela não conseguiu descobrir o que causou isso, então com o pensamento 'provavelmente não é nada' em sua mente, ela saiu da sala.

Hoje foi o dia em que ela prometeu tomar chá na mansão de El com Levion.

Não querendo estragar o clima agradável, Letícia estava determinada a abandonar os sentimentos estranhos. Porém, pouco tempo depois, ela encontrou Diana no corredor. Assim que Diana viu Letícia, ela franziu a testa e perguntou: 

"Onde você está indo?"

“Tenho um encontro marcado com o irmão Levion.”

“Haha.”

“…?”

Diana rapidamente cobriu a boca, mas a risada já havia saído. Então ela acenou nervosamente com a mão enquanto Letícia a olhava com desconfiança.

"Não é nada."

"O que é? Por que você está rindo?"

"Nada mesmo."

"Nada mesmo?"

Ao contrário das palavras de Diana, algo parecia estranho.

No momento em que Letícia se virou, Diana caminhou até ela. Então ela sussurrou baixinho.

"Eu sinto muito por você."

"O que…..?"

Antes que ela pudesse perguntar o que diabos isso significava, a boca de Diana se curvou em um sorriso.

“Por favor, divirta-se.”

Mais do que nunca, Letícia ficou endurecida com o sorriso brilhante de Diana.

~x~

'O que ela quis dizer...?'

No caminho para a mansão de El, as palavras de Diana permaneceram repetidamente nos ouvidos de Letícia.

Era como se aquele momento fosse o último.

Letícia se perguntou por muito tempo qual era a intenção de Diana ao dizer tal coisa. Mas antes que ela tivesse tempo de pensar profundamente sobre isso, o cavaleiro anunciou sua chegada à mansão de El.

Descendo cautelosamente da carruagem, Letícia foi conduzida pelo mordomo da mansão El até a sala de recepção.

Levion já estava lá esperando.

“Já faz muito tempo, não é?”

"Sim. Como vai você?"

“Sou sempre o mesmo.”

Levion respondeu com indiferença e tomou um gole de chá.

Na verdade, no momento em que viu Levion, as palavras que ela estava segurando subiram à sua garganta.

'Por que você só foi ver Diana naquele dia? Você não queria me ver?'

Ela ficou desapontada, mas não queria estragar o momento que eles estavam compartilhando depois de muito tempo, então deliberadamente manteve a compostura.

“Levion, o treinamento é difícil?”

Letícia perguntou com uma expressão preocupada no rosto, mas Levion ainda olhava para Letícia com o mesmo olhar miserável de quando se conheceram na sala de treinamento.

“Você ainda está despreocupada, não é?”

"O que?"

“Você sabe o que está sendo dito em casa?”

A expressão de Letícia endureceu enquanto Levion a olhava friamente.

Ela não sabia exatamente o que eles diziam, mas podia facilmente adivinhar que não era bom.

“Há alguma conversa por aí……….?”

Letícia perguntou, apertando a barra do vestido de maneira um tanto ansiosa. Um suspiro profundo saiu da boca de Levion enquanto ele olhava para Letícia com indiferença.

“Eles estão falando em cancelar nosso noivado.”

"O que?" Letícia perguntou.

Incrédula, Letícia olhou para Levion inexpressivamente. No entanto, Levion riu brevemente e ergueu os cantos da boca.

“Você realmente não sabe de nada, não é?”

A boca de Leticia fechou-se espontaneamente ao som de sua voz, desprovida de qualquer emoção.

Levion foi a única pessoa capaz de ajudá-la e confortá-la entre os membros de sua família que a ignoraram quando sua habilidade nunca foi despertada.

Em algum momento, ela sabia muito bem que Levion não estava feliz com ela, mas sua atitude indiferente de que não se importaria se o noivado fosse cancelado fez seus olhos arderem.

Tudo o que ela podia fazer era tentar o seu melhor para evitar que desmoronasse.

No entanto, os olhos de Levion enquanto observava Letícia ficavam mais frios a cada minuto. Logo ele suspirou de frustração e se levantou. Então ele passou por Letícia. Não, ele tentou passar por ela.

"E você?"

Sua voz baixa parou os dois no meio do caminho.

Ele se virou e seus olhos encontraram os de Letícia, que o encarava com olhos azuis úmidos.

“O que você quer fazer, Levion? Você quer terminar comigo?

Ao contrário de sua aparência cautelosa, sua intenção de perguntar era direta. Ainda assim, ela estava nervosa e seus lábios tremiam.

"Você decide."

"O que você quer dizer?"

Ao olhar de pena que o motivou, Levion ficou em silêncio em vez de responder.

No começo ele sentiu pena dela daquele jeito e quis protegê-la. Por um tempo, nenhum deles despertou suas habilidades e foram capazes de ajudar um ao outro.

Mas agora era diferente. Ele estava doente e cansado disso.

“Por favor, não diga: 'Não estou fazendo nenhum esforço'.”

Letícia gritou e as lágrimas pareciam cair a qualquer momento.

No entanto, Levion retaliou novamente.

“Talvez seja melhor terminar.”

Mesmo enfrentando Letícia, que estava desmoronando miseravelmente diante dele, ele não vacilou. Na verdade, ele se virou, como se não quisesse mais vê-la.

'Eu... fiz algo errado?'

As palavras inalcançáveis ​​vinham incessantemente à sua boca. Ela pensou que nada mudaria se sua habilidade não fosse despertada. Nem o relacionamento com a família, nem o relacionamento com o noivo.

No entanto, ela foi tola ao perceber agora que tudo estava errado desde o início. O que ela acreditava ser sólido poderia facilmente tornar-se frágil a qualquer momento.

O noivado foi cancelado e ela foi a única que não sabia.

Rindo amargamente e desamparadamente, Letícia levantou-se lentamente de sua cadeira. Era óbvio que o sol quente estava brilhando, mas seu corpo estremeceu assim como seu humor.

Mal conseguindo se levantar e sair da sala, Letícia subiu na carruagem que já esperava no portão principal.

'Terminar o noivado...... terminar o noivado...'

No caminho de volta para a residência dos Leroy, Letícia murmurou enquanto olhava pela janela.

Nunca lhe ocorreu que seu noivado seria cancelado. Ela nunca esperou que Levion quisesse terminar.

'Por que………?'

Letícia apertou as mãos com força no colo. Ela não conseguia entender por que houve um rompimento tão repentino.

No entanto, ela tinha algumas ideias. Porque ela não tinha habilidade?

Ela ficou tão frustrada com esse fato que seus olhos arderam.

Para não constranger a família e o noivo, Levion, Letícia procurou uma forma de despertar sua habilidade. Ela procurou livros raros sobre habilidades e tentou em todas as direções, inclusive procurando registros das habilidades da família Leroy que foram escritas por gerações.

Mas seus esforços fracassaram em vão, como castelos de areia nas ondas.

'Eu sou assim, não porque eu queira.'

Por fim, Letícia enterrou o rosto no colo para conter as lágrimas.

Ela se sentiu mais magoada ao pensar em sua família do que em Levion, que queria romper o noivado.

No início, eles eram uma família unida que passava por momentos difíceis com a situação econômica, mas ainda assim cuidavam um do outro. Ela nunca duvidou que eles ficariam mais felizes mais tarde, quando o negócio do Marquês fosse retomado.

Mas isso era apenas uma ilusão dela e, à medida que as habilidades de seus irmãos despertavam, elas começaram a mudar cada vez mais. A discriminação dos pais e a negligência dos irmãos.

Foi de partir o coração quando eles a encararam com frieza, mas a parte triste é que foi ela quem se acostumou com os olhos deles.

“Senhorita, chegamos.”

Ao som da voz do cavaleiro, Letícia levantou a cabeça dos joelhos. Ela tentou descer, mas por algum motivo seus pés não se moviam.

'Minha família inteira sabia?'

O pensamento a deixou louca e ela não estava confiante para enfrentar sua família.

Eventualmente, Letícia deu um suspiro superficial e disse ao cavaleiro:

“Com licença, mas podemos ir para a praça? Há algumas coisas que preciso comprar.

"Sim minha senhorita."

A carruagem dirigiu novamente em direção à praça.

Não havia muito o que fazer na praça, mas agora ela precisava de tempo para acalmar aqueles sentimentos que assolavam dentro dela. Sua mente, entretanto, estava repleta das palavras de Levion.

‘Se é verdade que você está tentando acabar com um casamento………….’

Sua respiração ficou presa na garganta com o pensamento.

Letícia conseguiu se recompor e pensar novamente.

'Vamos fingir que não sei primeiro.'

Ela exalou, juntando as mãos. Mas a ansiedade não iria embora.

'Mas e se meus pais me disserem que romperam o noivado primeiro? O que devo fazer então?'

Quanto mais ela pensava sobre isso, mais ela parecia estar presa em um canto.

E ainda assim, neste momento, não havia nada que ela pudesse fazer.

“Minha senhorita, chegamos à praça.”

“…”

"Minha senhorita?"

"Oh sim. Obrigado."

Letícia, que ouviu a voz do cavaleiro um pouco depois, recobrou o juízo e saiu da carruagem.

“Estarei de volta em uma hora.”

“Você não tem empregada. Você vai ficar bem?

"Eu ficarei bem."

Era um lugar por onde ela já havia vagado muitas vezes, sozinha.

Letícia foi até a praça depois de entregar uma única moeda de ouro ao cavaleiro como sinal de que ele deveria ir descansar em algum lugar.

Muitas pessoas passavam pela praça. Crianças caminhando lado a lado segurando as mãos dos pais, amigos brincando e rindo alegremente, e amantes se olhando adoravelmente…

Caminhando sozinha no meio de toda aquela gente, Letícia sentiu-se solitária. Esteja ela na mansão ou em outro lugar, ainda não havia ninguém ao seu lado.

‘É a mesma coisa depois de todos esses anos…’

Letícia sorriu amargamente enquanto caminhava pela praça. Mas em vez de seu ânimo afundar, eles pareciam estar se acalmando.

Foi então.

"Oh isso é…"

Letícia, que olhava as coisas vendidas na rua, parou de andar. Em frente à loja, as pessoas estavam jogando um jogo em que tinham que jogar uma moeda em um pequeno buraco e ganhar um prêmio se ganhassem.

"Vamos! Vamos. Se você colocar nesse alvo, você ganha um saco de farinha!”

Os transeuntes se interessaram pelo jogo e jogaram moedas no alvo, mas todos erraram. Parecia que o alvo estava muito longe e o buraco era pequeno demais para ter sucesso.

“Esse é um jogo que joguei antes.”

Letícia, que pairava na frente do alvo, olhou para ele e pensou. Isso trouxe de volta memórias de quando ela estava com seus irmãos e irmãs quando era pequena.

Naquele momento, uma menina e um menino sussurraram para o homem alto que se erguia na frente de Letícia.

“Você ouviu isso, irmão? Ele diz que é um saco de farinha. Você tem um único centavo?"

"Não. Vamos para casa."

O homem puxou o braço da irmã, mas a menina não quis ir embora.

Letícia, que os observava por trás, chamou-os cautelosamente.

“Você pode usar isso…”

"Huh..?"

No momento em que seus olhares se encontraram, Letícia parou de falar surpresa. Talvez fosse o mesmo para a outra pessoa, seus olhos cinza escuros se arregalaram. Foi Enoch. O homem que Letícia conheceu uma vez.

Mas sua irmã, que não sabia de nada, olhou para a pequena moeda na mão de Letícia e perguntou:

“Tem certeza de que podemos usá-lo?”

Assim que sua irmã tentou pegar a moeda, Enoch a impediu. Mas sua irmã empurrou Enoch e recebeu uma moeda de Letícia.

"Obrigado! Vamos, Ian.”

“Vou te dar meio saco de farinha se tiver sucesso.”

"Estou bem."

Letícia acenou levemente com a mão, mas a menina e o menino seguiram em frente, dizendo que fariam.

Enoch, que estava observando seus irmãos desaparecerem rapidamente antes que pudesse alcançá-los, soltou um longo suspiro.

“Sinto muito, meu irmão e minha irmã ainda são imaturos.”

“Não, eles são muito ativos e bonitos.”

Letícia sorriu para Enoch enquanto olhava para os irmãos de Enoch.

“Eles são parecidos.”

"Sim. Eles são gêmeos."

“Vocês todos parecem muito próximos.”

“Obrigado por nos tolerar.”

Enoch, que sorria sem jeito com as palavras de Letícia, estendeu lentamente a mão.

“Me desculpe, estou atrasado em cumprimentá-la. Meu nome é Enoch Achiles.”

“Meu nome é Leticia Leroy.”

"Sim. Sim eu lembro de você."

Letícia estava prestes a pegar a mão de Enoch, mas olhou para ele com os olhos arregalados. Ela se perguntou como ele se lembrava dela quando eles se encontraram apenas uma vez.

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