I Won’t Go Back to My Family Who Abandoned Me

 Capítulo 32. Quem É O Vencedor?


Finalmente é o segundo dia do Festival de Caça. Havia muitos amantes confirmando seus sentimentos um pelo outro e pareciam mais melancólicos do que ontem. 

Mas de alguma forma a expressão de Letícia parecia inquieta.

"Me desculpe, eu deveria ter estado ao seu lado ontem."

Elle desejou poder saber o que Enoch estava pensando quando se afastou para tomar uma bebida.

Letícia falou com voz suave para Elle, que jurou nunca mais se afastar do lado de Letícia no futuro.

“Não há nada para se desculpar sobre Elle. Não diga isso.

“Mas… você não parece bem.”

“Estou muito bem. É apenas…"

Letícia parou de falar no meio da frase sem perceber.

Ela ainda se lembrava do rosto sorridente da mulher no banquete. Um sorriso se espalhou por seu rosto, mas seus olhos estavam duros enquanto a avaliavam como um objeto. Não admira que ela achasse que parecia tão calculista.

Isso realmente não importava.

Só havia uma coisa que Letícia percebeu.

‘A maneira como ela olhou deve ser…’

Ela sentiu uma sensação de déjà vu que já havia sentido em algum lugar.

Mas ela não conseguia se lembrar onde, então ela estava com um caroço no peito desde a noite passada.

“É que isso me incomoda um pouco.”

Letícia conseguiu sorrir e apertar a mão da ansiosa Elle.

“Pensando bem, quando Lorde Achiles chegará?”

Elle foi obrigada a deixar o assunto de lado, pois era óbvio que Letícia não queria mais falar sobre isso.

“Meu irmão ficou um pouco decepcionado ontem, pelo menos é assim que eu vejo.”

"O que? Por que?"

“Por que ele não estaria?”

Elle olhou para Letícia como se a resposta fosse óbvia.

“É porque ele só pegou um coelho.”

“Eu pensei que era fofo, no entanto.”

“Qual é o sentido de ser fofo? Ele pegou um coelho do tamanho da minha palma e usou-o para algo estúpido. Quando você chegou aqui?"

Elle sorriu sem jeito para Enoch, que estava olhando para ela com os braços cruzados.

"Bom dia irmão."

“Você conhece o seu erro?”

“….”

“….”

Elle se escondeu atrás de Letícia, sabendo que ela havia feito algo errado. Enoch, que olhava para a cena com desaprovação, bateu levemente na cabeça de Elle e caminhou em direção ao campo de caça.

Ele podia sentir alguém agarrando sua jaqueta por trás. Quando ele se virou, Letícia estava parada com uma expressão inquieta.

Assim que ele tentou perguntar o que havia de errado.

“Não se sinta muito pressionado. Não quero que você se machuque por exagerar.”

"Leticia."

“Estou muito grata por você ter retornado em segurança.”

Ela estava preocupada que a conversa que ele ouviu pudesse ter ferido seu orgulho e ele pudesse se esforçar para pegar um jogo melhor.

Mas Enoch sorriu como se estivesse bem.

“É natural se sentir sobrecarregado e se esforçar para parecer legal para alguém em quem você está interessado.”

"O que? Ah, isso é verdade, mas…”

Letícia hesitou em falar, mas acabou olhando para Enoch e disse.

“Então não podemos ter dois coelhos?”

Enoch não pôde deixar de rir alto do brilho em seus olhos azuis.

“Se eu não conseguir encontrar mais nada, trarei outro coelho para você.”

"Sim! Não me importo se você não pegar nada, apenas não se machuque.”

Enoch olhou para as pequenas mãos dela segurando seu punho e depois olhou para ela novamente.

Cabelo rosa claro, da cor da flor de cerejeira recém-desabrochada, espalhado pelos ombros esbeltos. Os olhos azul-celeste que olhavam diretamente para ele preocupados com sua segurança. Enoch, que estava olhando para seus lábios macios, tirou algo.

Letícia reconheceu a rosa branca imediatamente e olhou para ele com surpresa estampada em seu rosto. No momento em que seus olhos se encontraram, Enoch sorriu com uma leve elevação nos cantos da boca.

“Não me odeie nem se vingue de mim, já que não fiz piada dessa vez.”

Letícia imediatamente reconheceu a risada em sua voz baixa e sussurrou enquanto alisava o punho com a ponta dos dedos.

“A vingança é um assunto trivial.”

A ideia de vingança pareceria insignificante para qualquer outra pessoa.

No entanto, o rosto de Enoch endureceu.

“Então é ainda mais assustador.”

"O que?"

“Quem sabe se há mais alguém que queira lhe dar uma rosa branca como ontem?”

"Isso é…"

Letícia piscou os olhos e virou ligeiramente a cabeça. Ela não esperava que ele tivesse isso em mente até hoje. Enoch fez cócegas na bochecha de Letícia com a rosa branca que segurava, enquanto apertava os olhos ligeiramente em desaprovação.

“Não receba uma rosa branca de outras pessoas.”

Ela não falou muito, mas entendeu facilmente que ele queria que ela usasse apenas a rosa dele.

“Eu não vou.”

Letícia tocava cuidadosamente a rosa que ele lhe entregara. Ela olhou para Enoch com um sorriso no rosto.

“Isso é suficiente para mim também.”

Ela repetiu as palavras que Enoch disse ontem.

As palavras que ele sussurrou docemente, enquanto alisava a fita azul que ela lhe deu.

Esta era uma vingança pequena, mas trivial, que Letícia poderia dar a Enoch.

~x~

“Haverá um vencedor do Festival de Caça no banquete de hoje, certo?”

Elle perguntou isso assim que Letícia voltou depois de se despedir de Enoch nos campos de caça.

Como disse Elle, hoje foi a última chance de ganhar o festival de caça e o vencedor final foi revelado. Talvez seja por isso que as pessoas muitas vezes se machucavam, porque era um dia particularmente intenso.

O vencedor será reconhecido como cavaleiro no banquete final, que é o evento principal do Festival de Caça.

"Acho que sim."

“Ele nunca caçou antes, mas é bom nisso.”

Letícia balançou a cabeça com um sorriso quando Elle parecia esperar que Enoch vencesse.

“Eu só quero que Lorde Achiles retorne em segurança.”

Não importava o que ele pegasse. Ela não queria nada além da segurança de Enoch.

~x~

Estava ficando cada vez mais escuro e em pouco tempo já era quase noite. Os jovens nobres, que sentiam que já não era seguro caçar, começaram a regressar um a um.

Enoch não estava em lugar nenhum entre eles.

'Por que ele ainda não voltou?'

Letícia esperava nervosamente por Enoch ao lado de Elle em frente à entrada do campo de caça.

'Ele não voltou porque está tentando pegar um coelho?'

Ela estava apenas brincando. 

Parecia que Enoch não havia retornado por causa de sua persistência em não desistir de seu objetivo.

Foi nesse momento que os lábios de Letícia começaram a tremer e ela se preocupou que fosse culpa dela ele ainda não ter voltado.

“Ah, tem alguém vindo!”

Alguém gritou enquanto apontava para algum lugar nas profundezas da floresta. Letícia voltou os olhos para onde a pessoa apontava. 

Por estar escuro, era impossível identificar exatamente quem era a sombra. Só quando chegou a uma brecha na floresta é que todos puderam ver o rosto e os olhos penetrantes do homem.

Assim que Letícia viu o rosto, ela imediatamente se animou.

“Em vez disso, peguei dois coelhos.”

A seus pés estava um cervo do tamanho de um javali.

~x~

"O que você acabou de dizer?"

O Marquês Leroy gaguejou confuso porque não conseguia acreditar, embora tenha ouvido direito da primeira vez. 

 O Conde Aster parecia muito desconfortável e repetiu.

“Eu disse que não investiria.”

O Marquês Leroy murmurou hesitante com uma voz clara.

“Você não vai investir…?”

Ele não conseguia entender por que o conde mudou repentinamente de idéia.

'Qual é o problema?'

O marquês Leroy cerrou os dentes e enxugou o rosto.

Assim que chegou ao festival de caça, ele correu para encontrar o conde Aster. Para ter certeza de que o contrato está carimbado e foi difícil desistir.

Mas, pelo contrário, ele foi espancado.

“O que há de errado com você de repente? Tenho certeza que você disse sim da última vez.”

Seria um grande problema se o Conde Aster mudasse repentinamente de ideia sobre o investimento porque ainda tinha que pagar aos mineiros.

Quando se conheceram, ele fez tudo o que pôde para convencê-lo a investir no seu negócio de mineração. A expressão calorosa do Conde Aster não era nem uma sombra do que era quando eles se conheceram, e ele estava sendo apenas minimamente educado agora.

“Sim, porque na época pensei que seria uma coisa boa.”

“Então você está dizendo que não é agora?”

Com voz calma mas firme, o Conde Aster respondeu à exigente pergunta do Marquês.

“A única razão pela qual eu estava disposto a investir no negócio de mineração do Marquês foi por causa da Letícia.”

"O que?"

O Marquês Leroy franziu a testa com o nome inesperado.

Ele não entendia por que estava trazendo o nome de Letícia aqui.

O Conde Aster percebeu a confusão do Marquês e continuou.

“Você não sabe disso, mas Letícia é uma criança que confortou a mim e a minha esposa no momento mais difícil e doloroso da nossa vida.”

“….”

“Decidi investir no negócio do Marquês na esperança de que esta criança tivesse uma vida confortável. Eu não sabia que ela havia sido excomungada.”

Mesmo enquanto falava, o Conde Aster não conseguia esconder o ressentimento em seus olhos. Não, ele nem parecia querer esconder isso. 

“Conde Aster, me escute primeiro. Por favor, ouça minha história primeiro…”

“Para mim, a família é mais preciosa que a vida.”

O conde Aster interrompeu a tentativa patética de desculpa do Marquês Leroy.

“Para mim, mesmo que o mundo desmorone, eu não abandonaria um membro da família.”

“….”

"Sinto muito por ter que te contar isso também."

Ao contrário de suas palavras de pesar, sua expressão era assustadoramente calma. O Marquês Leroy percebeu tardiamente que o Conde Aster lhe havia virado completamente as costas.

“Então desejo a você tudo de melhor no futuro.”

O conde Aster deixou seu assento com aquelas palavras vazias e insinceras. O Marquês ficou sozinho, sentado ali com uma cara desolada.

No final, ele não conseguiu controlar suas emoções e começou a chutar uma parede.

"Droga, droga, droga!"

Não acredito que você está me ferrando desse jeito.

Ele não pôde deixar de gritar de frustração.

O Conde Aster tinha uma boa reputação entre a nobreza e os plebeus. Não havia ninguém que não gostasse dele. Ele foi educado e amigável com os nobres e generosamente distribuído aos plebeus.

Além disso, parte do dinheiro que ganhava com seu negócio era doado aos necessitados, o que lhe rendeu inveja e respeito.

O significado do investimento de tal pessoa era nada menos que “um negócio em que se pode confiar”. Pelo contrário, se ele se recusasse a investir num negócio, este tornar-se-ia “questionável” e “não fiável”. O Conde Aster raramente mudava de ideia dessa forma, era óbvio que haveria murmúrios entre os nobres.

“Não acredito que você não investiria por causa disso!”

Quanto mais ele pensava sobre isso, mais irritado ficava. Ele sentiu como se fogo saísse de sua boca.

Que bastardo patético!

O marquês não conseguia ver como fazer o negócio ter sucesso a menos que tivesse esse dinheiro. 

Assim que ele soltou um suspiro irregular de raiva, sua cabeça se ergueu com o pensamento que passou por sua mente.

'Se eu tivesse o dinheiro...?'

Ele parecia estar em uma posição difícil que só o dinheiro poderia resolver.

Os lábios do Marquês Leroy se curvaram, pensando no que faria no futuro.

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